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<Evandro> O Brasil é campeão de pirataria. Se a coisa continuar como está, daqui a uns anos ninguém mais vai comprar CDs. Ao menos é isso o que andam dizendo por aí. Mas nunca dizem uma outra coisa. Aqui, o CD custa em média 30 reais, na loja (e o preço aumenta a cada dia). Esse pequeno "detalhe" absolutamente não habita as discussões em torno do tema. Para um brasileiro de classe média (nem vou falar dos pobres), se fizermos uma comparação que leve em conta o poder de compra, pagar 30 reais por um CD é comparável a um norte-americano que pagasse uns 40 ou 50 dólares pela mesma mercadoria. Ou seja, com o valor que se paga por um CD aqui, deveria ser possível compra dois ou três.
E digo isso por experiência própria. Eu comprava CDs até há uns anos atrás. Hoje em dia, só pego músicas na Internet. E vocês acham que eu gosto disso? Não. Não gosto. Não tenho a mínima paciência para ficar buscando arquivos e garimpando servidores. Tanto que minha Cdteca está andando a passos de tartaruga. Mas simplesmente não posso pagar 30 reais por um CD. Então fico sem. E sei de muita gente que está na mesma situação.
Vejo a pirataria como algo que precisa, sim, ser combatido. E sabe qual seria a melhor forma? Elevando o poder de compra das pessoas. Mas isso já é sonhar alto demais. É sonhar com a diminuição de impostos, com a redução da margem de lucro das gravadoras, com a liberalização da economia enfim.
</Evandro> <!--11:44 AM-->
<Evandro> Vou falar. Adorei "Liga Extraordinária". Tudo bem, o final é meio besta. Mas eu gostei do filme. Tem um toque de Indiana Jones, uma atmosfera de mistério, um pouco de literatura, e um pouco de auto-ironia para deixar bem claro que a literatura do filme é de araque. Gosto de gibis. E sei que a adaptação da linguagem deles para cinema não é moleza (vide o desastre que é "Demolidor", que só achei divertido porque conheço o gibi e sou muito tolerante, ou melhor, não sou um nerd preciosista).
Auto-ironia foi a palavra que eu encontrei para designar uma qualidade que muito me agrada em um filme. É a habilidade de rir de si mesmo. Se usada em doses ideais, ela pode se tornar uma qualidade decisiva. Veja "Matrix", por exemplo. Você vê aquelas lutas e tem vontade de rir, mas ao mesmo tempo acha sensacional e misterioso o clima do filme. Isso é a auto-ironia. É engraçado, mas ao mesmo tempo é sério, portanto, não é pretensioso. Se ficar um pouco sério demais ou engraçado demais, pode ser que se ponha tudo a perder.
Não preciso nem dizer que a maioria dos críticos não consegue enxergar a auto-ironia. Daí, por exemplo, o "Liga Extraordinária" estar com apenas uma estrela nas páginas do Estadão. Já "Matrix" escapou da mono-estrela, por outros motivos, a saber, seu pezinho nas teorias prafentex, muderninhas, baudrillardinhas, semiotiquinhas, itaú-culturaizinhas. Aliás, o pessoal do Itaú Cultural acha que "Enter the Matrix" é o que há de mais moderno em matéria de videogame de última geração (vide a última esposição, cujo tema era o videogame e onde o Playstation 2 estava representado única e exclusivamente pelo referido jogo, um dos piores disponíveis para o console). Enquanto isso, a meninada se diverte (e eu também!) jogando outras coisas completamente diferentes. Mas essa é uma outra história.
Uma coisa curiosa é que hoje em dia não se pode mais fazer filmes de ficção pura. Os críticos não gostam de fantasia. Eles sobretudo não gostam de pessoas pulando de alturas irreais e fazendo coisas irreais, a menos que as tais pessoas sejam orientais ("O Tigre e o Dragão") ou que se deixe bem explicado o motivo. Em "Matrix" pode, porque afinal aquilo é realidade virtual. Em outros filmes, não pode. Fico imaginando um crítico roendo-se de ódio ao ver heróis saltitando sobre prédios ("mas como pode? Isso vai contra a lei da gravidade")!
</Evandro> <!--10:33 PM-->
<Evandro>
Minha paciência com filmes franceses contemporâneos (aqueles que ganham prêmios, mesmo quando não são premiados) definitivamente se esgotou. Os franceses acham que a expressão mais bem acabada do homem maduro é fazer cara de tédio e asco para tudo. Nada é digno de se valorizar. Nada tem importância. A vida é uma bosta, e qualquer manifestação de alegria para com ela é no mínimo ingenuidade, e no máximo – ó pecado mor – mania de grandeza tipicamente americanista. Valorizar a amizade? a grandeza do ser humano? Tudo tolices de Hollywood. Narrativa linear é sinônimo de planejamento de marketing para aumentar bilheteria.
É que os francesinhos esclarecidos daqueles filminhos niilistas já descobriram que o homem não vale nada. Ele não passa de um bípede fornicador e blasé, ao contrário do que pensam esses seres estranhos que moram do outro lado de suas fronteiras e que ainda acham que o cérebro tem outras funções além de abrigar o inconsciente e meia dúzia de instintos chiquezinhos (como fazer biquinho enquanto se fuma, por exemplo).
Adotei a seguinte estratégia. Agora só assisto a filmes franceses de um em um ano, apenas para confirmar para mim mesmo que vale a pena ficar mais um ano sem vê-los.
Acho que a única coisa que faz as pessoas acharem que os filmes franceses (desse tipo niilista) são românticos é a beleza exótica das atrizes e as mil e uma técnicas fotográficas e enquadramentos engenhosos por meio dos quais o tédio é retratado. No início, você até se contenta em assistir a filmes inteiros somente pela fotografia. Mas com o passar dos anos, devo confessar que não tenho mais essa paciência. Um filme tem de ser mais que enquadramentos bonitos e biquinhos pra lá e pra cá. E isso não serve só para os franceses, ouviu, Angelina Jolie?
</Evandro> <!--6:02 PM-->
<Evandro>
Agora tem fotos!
</Evandro> <!--9:21 PM-->
<Evandro> Um dia desses eu vi na TV um sujeito que disse que a procaína, uma nova droga que “não tem efeitos colaterais”, serve para a pessoa DELETAR os traumas e as recordações ruins.
Então, fiquei pensando [ao fundo, “Eleanor Rigby”, e depois “The long and winding road”] que estou a fim de fazer BACKUP dos meus traumas e das minhas recordações tristes. E depois quero fazer um UPGRADE de tudo isso. O resultado vai ser o programa Trauma 2.0.5 (Service Pack 1?), que vem com um dispositivo especial chamado Chute na Bunda do Bobo Alegre Rev. B.
Sim! Eu tenho meu lado triste. Eu reivindico meu direito de me lembrar das coisas tristes. Afinal, eu não sou um rato, ou uma joaninha. Eu sou uma pessoa, e minha vida só faz sentido se eu tiver consciência do caminho que eu percorro e percorri. EU NÃO QUERO ME ESQUECER DAQUELA MENINA QUE ME ABANDONOU. EU NÃO QUERO ME ESQUECER DOS DIAS EM QUE EU ME SENTI SÓ. EU NÃO QUERO ME ESQUECER DOS DIAS EM QUE EU NÃO ENCONTREI SENTIDO NA VIDA. E sabe por quê? Porque quando eu estou feliz e me lembro desses dias, eu me sinto melhor. E quando eu estou triste e me lembro desses dias, eu sei que é perfeitamente normal eu me sentir triste às vezes (pois já me senti assim antes), e que isso não é uma doença que deva ser evitada a todo custo, como a grande maioria das pessoas faz hoje.
Fujam, seus bobões. Fujam da tristeza, como o diabo foge da cruz. Fujam até o dia em que serão enterrados como todo mundo, debaixo de sete palmos de terra. Nesse dia, seus parentes vão chorar desesperados, sem saber o que fazer, porque não sabem lidar com a tristeza.
Santa paciência, viu…
</Evandro> <!--7:32 PM-->
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