Agonizando
"O que, antigamente, foi fonte de júbilo e de lamento deve agora tornar-se fonte de reconhecimento".

[Jacob Burckhardt]

Agonías sofre em Brasília-DF
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Evandro sofre em São Paulo-SP
vates@uol.com.br






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Sexta-feira, Maio 30, 2003

<Evandro> 

É realmente muito triste que uma pessoa como o Olavo de Carvalho não possa ter comments em seu blog, sem que eles virem um verdadeiro zoológico de aberrações humanas e sub-humanas, ressentidas, odientas, debochadas, semi-analfabetas, etc etc. Muito triste mesmo, mas retirar os comments foi a melhor coisa a se fazer nesse caso.
</Evandro> <!--7:34 PM-->

Quinta-feira, Maio 22, 2003

<Evandro> 

Essa eu não posso deixar passar. Olavo de Carvalho abriu um blog! Deixo aqui o meu humilde comentário que postei lá, pois ele diz, simbolicamente, tudo o que eu gostaria de dizer sobre a novidade:

Caro professor,

Vou dizer de novo o que todos já disseram. Estou muito feliz com essa iniciativa (deveras inesperada, como bem observou alguém). Não posso dizer que nasci com aquela "sensação de eternidade". Ou, pelo menos, não achava que tivesse a percepção dela. Com o senhor, aprendi que há muitas coisas que sentimos e não conseguimos explicar, e todas essas coisas têm a ver com esse sentimento de eternidade, de não pertencer totalmente a este mundo. Aprendi que não podemos negar o mistério, porque ele simplesmente "está aí", na frente de nós, manifestando-se através de nossas aflições e angústias. Para que eu visse isso, foi utilíssima a sua extensa "bio-bibliografia alheia", como bem poderiam ser chamados seus artigos e suas aulas, enfim, sua missão didática nesse mundo.

Ah, e aprendi muitas outras coisas também. Tantas, que eu nem consigo mais me lembrar de todas. Mas acho que me lembro do suficiente para toda uma vida de buscas em direção à espiritualidade que ainda não sou capaz de abraçar.

E outras coisas, ainda as vou aprender, sozinho ou com a sua ajuda, mas sempre graças a você, por aquele pontapé inicial para fora do jardim das delícias universitário e dos domínios do Imbecil Coletivo.

Abraços!
</Evandro> <!--10:38 PM-->

Sexta-feira, Maio 16, 2003

<Evandro> 

O prefeito de Belo Horizonte sancionou uma lei que proíbe os menores de idade de usarem piercings e tatuagens. O comentário de uma jovem: "Se meu pai deixa, quem é o prefeito para proibir? Vou para João Monlevade..." Pais pra quê, se temos o Estado para dizer aos jovens o que pode e o que não pode? Próximo passo, entregar os filhos ao Estado assim que nascem, como dizia Aldous Huxley! E viva a liberdade individual!
</Evandro> <!--11:52 AM-->

Quinta-feira, Maio 15, 2003

<Evandro> 

Tem um post aí embaixo em que está escrita a palavra "assossiação". O Diego me puxou a orelha, mas eu faço questão de deixá-la como está. Nesse caso, foi distração. Eu não vi o que escrevi, pois é óbvio que sei que os dois esses na terceira sílaba são absurdos. Mas tudo isso é bom para que vocês fiquem sabendo que eu não sou um robô obsessivo (certa vez escrevi "obcessão" também!), que fica revisando mil vezes tudo o que escreve aqui. Preocupo-me com o bom português e acho que a pouca quantidade de erros que cometo me põe no lugar dos que dominam bem o idioma. Isso é suficiente, acho, a todos que têm passado por aqui, já que há muito ninguém me vem com essa de correções ortográficas acompanhadas de julgamento moral. Quem tiver um blog que resista ao corretor ortográfico do Word que atire a primeira pedra! :)
</Evandro> <!--12:21 AM-->

Quarta-feira, Maio 14, 2003

<Evandro> 

O som do piano propagando-se pelos corredores de uma casa deserta é meio cliché, graças ao cinema. Mas, cá pra nós, existe coisa mais admirável que ouvir o som de um piano sem saber de onde vem? É impressionante a facilidade com que o som desse instrumento se espalha, fazendo-se ouvir tão longe que quase não acreditamos que há alguém tocando em algum lugar.

Você deve estar-se perguntando: "esse sujeitinho, por acaso, mora em algum sobrado do Alto Pinheiros? E ainda por cima habitado por alguém que toca piano?" Ao que eu respondo: não. Só fui colocar o lixo lá fora e deixei a porta do meu apartamento aberta quando tocava um CD de Villa-Lobos em meu som! Ah, deixe-me sonhar um pouco. Deixem que eu me imagine como um lorde inglês numa manhã de sol, passeando por seu castelo e ouvindo a esposa tocar Chopin ao piano.
</Evandro> <!--10:21 PM-->

<Evandro> 

A escola austríaca de economia agora tem um blog oficial. É o Mises Economics Blog.
</Evandro> <!--12:12 PM-->

<Evandro> 

Estamos chegando ao fundo do poço. Só falta mais um pouquinho. Fiquei pensando nos motivos que a Coca-Cola teria (além de puxar o saco de 99% da humanidade, e uns 50% do povo dos EUA) para fazer isso, e cheguei à conclusão de que deve ser porque o refrigerante é preto! Sim! É solidariedade entre os da mesma cor! Agora, sugiro que, para dar o troco, a Pepsi lance uma faculdade para brancos patrocinada pela Cristal Pepsi, que a Fanta lance uma faculdade para amarelos, que a Antarctica lance uma para pardos (que é mais ou menos a cor do refrigerante guaraná). Ah, e como agora tem também a Fanta de morango, nem os índios ficariam de fora da Nova Ordem Refrigerada Mundial!!
</Evandro> <!--11:58 AM-->

Domingo, Maio 11, 2003

<Evandro> 

O ex-ministro Paulo Renato conseguiu falar uma coisa interessante em seu artigo no Estadão: "Cedo percebi que a mera denúncia dos aspectos negativos tende a produzir mais o imobilismo pessimista do que a motivar a ação reparadora." Só que logo depois diz isso: "Fazer a educação brasileira avançar é essencialmente um exercício de liderança por parte do Ministério da Educação." Não, seu Paulo. Fazer a educação burocrático-pedagógica avançar é a função do Ministério dos Diplomas. Fazer a educação avançar é uma coisa totalmente diferente, que só vai acontecer se o marxismo e o tecnicismo nos deixarem em paz.
</Evandro> <!--3:36 PM-->

<Evandro> 

Hoje tomei um "brunch" com minha amada. Segundo me informaram, o termo é fusão de "breakfast" e "lunch". Em português, traduzido segundo os cânones de Haroldo de Campos, seria "café-da-manhoço".

Nosso brunch teve até tremoço! Aposto que vocês não sabem o que é isso. Hehe! E não sou eu quem vou dizer. Vocês, se quiserem, que se levantem de suas poltronas, dirijam-se a um bom supermercado e procurem por essa maravilhosa dicotiledônea que não tem gosto de quase nada, mas que é uma delícia! O primo boêmio do milho, ótimo para beliscar com vinho ou cerveja!

Poeminha concreto:

tremoço

tre
moço
no café-da-manhoço
é bom sim,
seu moço!


</Evandro> <!--3:05 PM-->

<Evandro> 

Julián Marías dizia que a filosofia se alimenta da análise das mentalidades. A partir de uma observação minuciosa de como pensam as pessoas de sua época (e de como elas vêem o mundo), o filósofo recolhe o material necessário à sua reflexão.

Eu, como candidato a filósofo, já comecei a fazer isso. Preimeiro, observo o culto do acaso, após a derrocada da religião, ao menos nas mentes dos jovenzinhos descolados da MTV, os quais são o futuro do nosso país segundo a Marilena Chauí, que há muito começou a investir no rap. Como ilustração desse culto, cito uma letra do Titãs. "O acaso vai me proteger enquanto eu andar distráido" é o refrão de uma música até interessante, que se chama Epitáfio e simula os pensamentos de um morto sobre sua vida passada. Este é um velho clichê, o das "memórias póstumas", dos arrependimentos, da "vida que podia ter sido e que não foi". Mas é realmente muito expressivo que a tudo isso seja apresentada uma "solução" muderninha: a proteção do... acaso! Sinal dos tempos.

O outro exemplo é o da infiltração do multiculturalismo banal e imbecil, uma mentalidade que encara o "terceiro setor" como uma dádiva do século XXI e elege a mistureba de culturas na mente vazia de uma geração inteira como a mais maravilhosa das festas da fraternidade universal (enquanto isso, os orientais riem da nossa cara e derrubam prédios inteiros, mas isso é só um detalhe para os alegres desse mundo, os pombinhos da paz que se vestem de branco e abrem sorrisos após serem metralhados). A ilustração de tudo isso é um texto que encontrei atrás de uma embalagem de tinta para cabelo. Vejam se estou mentindo:

"As cores do mundo

Ela poderia estar vestindo uma saia amarelo-fosco com detalhes africanos e uma blusa de seda rosa, que lhe dá um leve toque oriental. No pescoço um colar rústico de prata, com pequenas pedras coloridas. Um batom vermelho-acobreado define seus lábios. Os cabelos na cor que ela "sempre" desejou - pelo menos para esta semana! E o que estaria ela fazendo? Talvez teclando seu computador, no escritório de uma ONG. Ou quem sabe, em um pub, com um drink azul-translúcido em uma das mãos. Enquanto bebe, conversa em inglês com um velho amigo indiano. O assunto é o verde da Amazônia, o vermelho da bandeira chinesa, o céu alaranjado de Marrakesh e o azul profundo dos mares do Caribe. Elas fala sobre as Cores do Mundo. De um mundo que não é só seu. Que é de todos. E para todos. Ela sabe muito bem disso. E continua a sua conversa".

É mole?!
</Evandro> <!--2:55 PM-->

Sábado, Maio 10, 2003

<Evandro> 

O Martim não gostou da última vez. Achou que eu estava enrolando. Mas, não resisto e vou fazer de novo. Leiam-me aqui, aqui e aqui!!

Depois de uma temporada de silêncio, o insignificante escritorzinho aqui está voltando à ativa. Quem dera que os gráficos do Nedstat subissem...
</Evandro> <!--2:02 PM-->

<Evandro> 

Exceto por algumas cenas brilhantes de ação e por alguns questionamentos morais, o filme X-Men 2 é fraco.

Vocês devem estar se perguntando: "X-Men 2? Porque o Evandro está falando desse tipo de porcaria?" Mas acontece que eu respeito os gibis. Talvez por aquele motivo meio insondável, mistura de honra e moral, que os HQs contêm, mas o fato é que eu enxergo neles algo de bom e nobre.

Voltemos ao filme, contudo. Há um personagem que se chama Kurt Wagner (o "Nightcrawler"). Sua pele é azul-marinho e traz marcas que simbolizam os pecados, passadas aos homens pelo Arcanjo Gabriel, segundo o personagem. E ele fica rezando durante o filme, por ser uma pessoa de muita fé. Até aqui, nada demais. Acontece que uma das poucas coisas que o filme conseguiria passar com naturalidade é a força da fé. Por que digo "conseguiria"? Porque isso já não é mais possível. As pessoas que frequentam os cinemas hoje em dia - ou seja, a classe média "instruída" - têm um enorme preconceito contra a religião. Daí que os jovenzinhos das fileiras atrás de mim aceitavam até aquelas ridículas cenas típicas do cinema americano, em que os personagens ficam todos parados e alguém profere um discursinho moral com musiquinha de fundo; mas não aceitavam as orações e demonstrações de fé, não resistiam e tinham de fazer troça delas. Viva a democracia, a cidadania e o pluralismo modelo MTV! Ou seja, pluralismo para os que concordem com uma meia dúzia de ideologias atéias semelhantes.
</Evandro> <!--1:55 PM-->

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