Agonizando
"O que, antigamente, foi fonte de júbilo e de lamento deve agora tornar-se fonte de reconhecimento".

[Jacob Burckhardt]

Agonías sofre em Brasília-DF
agonias_feitosa@hehe.com

Evandro sofre em São Paulo-SP
vates@uol.com.br






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Domingo, Março 30, 2003

<Agonias> 


Pensamentos por um vintém:


Agora falando sério: o Cafu é o Forrest Gump brasileiro, corre pra caralho e tem uma sorte dos diabos para estar no lugar certo na hora certa.



Quando eu era moleque e via esses programas de comédia, eu sempre achava que quem estava rindo eram umas senhoras gordas e frívolas com aquelas roupas de fins de sec. XIX com seus chapéus enormes, acompanhadas de seus maridos de monóculos e bigodes à Olavo Bilac.
</Agonias> <!--2:54 AM-->

Sábado, Março 29, 2003

<Evandro> 

Essa eu tenho que colocar aqui, embora já esteja nos comentários aí embaixo. Está simplesmente sensacional! Vejam: "O que é assustador é que não é a egüinha pocotó. É a grande confluência." (Diego Navarro)


Valeu, Diego!
</Evandro> <!--11:00 AM-->

Sexta-feira, Março 28, 2003

<Agonias> 

Algumas observações pertinentes a título de desabafo:



A mídia brasileira estava por estes dias questionando a imparcialidade da mídia americana, que segundo ela estaria sendo tendenciosa em favor dos "Imperialistas" , como se a imprensa brasileira também não estivesse sendo tendenciosa (o que falar então das "al jaziras"?). Esse pessoal é muito cara de pau.


O Jornal Hoje noticiou que o exército iraquiano estaria fuzilando pessoas que tentam fugir de Bagdá para se entregar, seguido do estúpido comentário da apresentadora: "Parece que a estratégia americana de fazer com que as pessoas se rendam não está dando certo" (estou citando de cabeça, mas o teor é esse), sem comentários...


Esses dias, estupidamente, entrei numa discussão com alguns jovens universitários, é impressionante o grau de lavagem cerebral desse povo, eu não estava defendendo os "porcos capitalistas", apenas ponderei algumas afirmações deles de forma bem razoável, não adiantou, despertei a ira de todos (apesar de conhecê-los à alguns anos), fui tachado de fascista e coisas do gênero, usaram minhas opniões para me julgar moralmente; decepcionante (provavelmente perdi alguns amigos nessa besteira).


Mais uma última: vieram me falar em boicote de produtos americanos durante uma festa onde só tocava rock, corri no meu carro e peguei um cd do Brahms, mas não era bem assim...



Vou falar uma coisa que vai revoltar muita gente: estou fazendo todo o possível para me "alienar" (palavrinha que os esquerdelhos adoram), não quero mais saber de porra de guerra nenhuma, não quero saber o que o nosso digníssimo presidente está fazendo para transformar esse país numa "coisa" melhor, não quero saber de gramsci, do rei dos furúnculos (marx) ou de toda essa corja de intelectuais esquerdistas. Eu preciso fazer minha música, e essas coisas estão me levando a ficar amargo, isso não é nada bom.



Para não dizer que não falei de música estou ouvindo Hindemith paranóicamente, recomendo a Música de concerto para metais e cordas Op.50 e a Música de concerto para metais, hapas e piano Op.49, fantásticas (quando eu morrer um dos meus pedidos é que seja colocada a Op.50 durante a cremação), facilmente encontráveis num desses programas de trocas de arquivos como o soulseek, antes que alguém comece a falar em pirataria devo informar que ambas as gravações que encontrei na internet NUNCA saíram em cd, e eu possuo o viníl (acho que estou ficando neurótico). Se alguém tiver interesse e dificuldades de encontrá-las posso mandar pelo icq.



Ps. Estou de volta, e vou encher esse blog de "agonizações" (pelo menos até meu amigo Evandro se encher das minhas bobagens e me "limar", brincadeira).
</Agonias> <!--3:10 PM-->

Segunda-feira, Março 24, 2003

<Evandro> 

Fundada em estatísticas pra lá de omissas (e incompletas); no fato de que os EUA possuem mais de 10 mil ogivas nucleares (e o Iraque, nenhuma); e em mais um bocado de pseudo-argumentos típicos (um deles: o Iraque não representou ameaça à soberania de nenhuma nação nos últimos 10 anos), a Caros Amigos pergunta: que país representa maior ameaça à paz mundial: os EUA ou o Iraque?

Não quero comentar a pergunta em si (pois é ridícula), mas algo que está escondido nela, a expressão: "ameaça à paz mundial". O que significa isso? Significa que a paz mundial é mais importante que nossas vidas. Significa que pode haver ditadores matando milhares de pessoas por ano e ainda assim tudo ficará bem se a "paz mundial" não for ameaçada. Vamos dialogar eternamente para manter a paz mundial. Enquanto isso, milhões de pessoas morrem pelo mundo afora porque o importante é não fazer guerra! Que bela paz mundial é essa, hein? Parabéns, pacifistas incondicionais. Vocês são mesmo muito inteligentes e realistas!!
</Evandro> <!--6:02 PM-->

<Evandro> 

História da Maldade e da Piedade Burra

Puta merda, Alexandre! Você tirou seu post do fundo do meu inconsciente e expressou-o em palavras or what?!
</Evandro> <!--5:47 PM-->

Quinta-feira, Março 20, 2003

<Evandro> 

Um dia desses a TV Globo falava de escolas públicas que estavam sofrendo por falta de cadeiras para os alunos. Muitas aulas foram suspensas e os alunos ficavam em casa ou assistiam a filmes no colégio. Enquanto a repórter falava isso, as imagens mostraram rapidamente crianças de 10 anos de idade assistindo Cidade de Deus em uma TV, como se fosse a coisa mais normal, ou melhor, como se fosse uma ótima, criativa e instrutiva solução encontrada pela professora nesse momento de adversidade. E eu pensei: em que situação a escola pública faz mais mal aos alunos: quando há aulas? ou quando não há aulas? Tostines vende mais porque é fresquinho? ou é fresquinho porque vende mais? Quem nasceu primeiro: o ovo de Marx ou a galinha de Gramsci?!
</Evandro> <!--1:03 PM-->

<Evandro> 

Era uma vez um cara que eu nunca vi na vida e que morava na Espanha. Ele morreu na madrugada de domingo para segunda, dormindo.

Assim é a Internet. E esse é meu choro virtual. Tudo aqui é virtual, menos a amizade, que essa sempre vai ser real.

Obrigado, Alex Cabedo. Obrigado pelos posts divertidos no Carneiro Preto, e obrigado pelo artigo que você escreveu certa vez no Outonos e que pertencia a uma simpática coluna quinzenal ("A vida depois dos 40") a que você nunca deu continuidade, infelizmente.

Descanse em paz. Bem, parece que você escapou ileso da crise da meia-idade! Mas nós aqui embaixo vamos continuar amadurecendo e, quem sabe, escreveremos um dia a coluna que você não escreveu!
</Evandro> <!--12:40 PM-->

Terça-feira, Março 11, 2003

<Evandro> 



Traduzir o que não está lá

Estou fazendo um curso de tradução. Está sendo bastante proveitoso, apesar da enxurrada de conjunções que estão despejando sobre os alunos. O curso é bem prático e são feitas muitas traduções em sala de aula, com a ajuda do professor, que sugere muitas alternativas e "melhores maneiras" de traduzir (ou verter) trechos e parágrafos.

Por enquanto estamos realizando apenas versão (que é, pra quem não sabe, a "tradução" do português para o inglês). Mas já me vieram com um homework que é uma pérola. Um texto chamado "Literatura Brasileira". Veja o trecho:

"Não se pode dizer que, nos tempos coloniais, houvesse ainda uma literatura brasileira (...)"

Hmm... Mais cacofônico e ambíguo que isso, impossível. Presumo que a literatura brasileira (entenderam bem? Já, já, já...) tivesse acabado então. Isso é bem mais pessimista que as coisas que eu costumo ler! A literatura brasileira nasceu e morreu antes do período colonial! De agora em diante, se alguém vier falar dela comigo, eu vou pegar meu exemplar de "Os Lusíadas" e vou dizer: "isso é literatura brasileira! O resto é farsa!"

Os textos que recebi até agora para verter são, em geral, sofríveis. Mas creio que isso seja uma tática para que os alunos se acostumem com o analfabetismo gramatical brasileiro, que é crônico e generalizado. Em outras palavras, já estou vendo que a profissão do tradutor muitas vezes consiste não só em traduzir, mas em corrigir e melhorar os textos. Isso se ele não for também um picareta, como ocorre constantemente.

Enfim, quando fui verter o trecho, tive de traduzir o que não estava lá, que é o que eu ACHO que o sujeito quis dizer (o que aliás, eu fiz muito nos meus 4 anos de faculdade, com trabalhos em grupo). Algo como: "nos tempos coloniais, não havia ainda uma literatura brasileira". É tão simples, né? Mas o autor, para compor algo tão claro e sucinto, teria gasto horas e horas tentando se esquecer dos seus anos de faculdade, quando aprendeu que as frases devem sempre começar com "Pode-se dizer que", "É importante ressaltar que", "Não se pode negar que", etc etc.
</Evandro> <!--8:44 PM-->

Sexta-feira, Março 07, 2003

<Evandro> 

Leiam-me...
</Evandro> <!--3:26 PM-->

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