Agonizando
"O que, antigamente, foi fonte de júbilo e de lamento deve agora tornar-se fonte de reconhecimento".

[Jacob Burckhardt]

Agonías sofre em Brasília-DF
agonias_feitosa@hehe.com

Evandro sofre em São Paulo-SP
vates@uol.com.br






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Domingo, Dezembro 22, 2002

<Evandro> 

Equívocos

Estava lendo a contra-capa do livro “A marca humana”, de Philip Roth, editado pela Cia das Letras. É incrível como o Brasil é um país que vive em um universo paralelo de ignorância e anti-realismo. O que se chama “politicamente correto” nos EUA, aqui é chamado de puritanismo americano. Resultado: o politicamente correto continua ganhando força por aqui, importado dos EUA, e as pessoas ainda se sentem superiorzinhas a esses “imperialistas yankees” puritanos! Inacreditável! Temos então duas filosofias de vida tupiniquins: ser politicamente correto ou ignorar totalmente os valores morais (anti-puritanismo, mas não anti-politicamente correto!). E, como tudo nesse país, as duas filosofias não são auto-excludentes, muito pelo contrário! Assistam à MTV e vejam por si mesmos a maravilhosa reconciliação do moralismo com a libertinagem, através do conceito gelatinoso de CIDADANIA!!!!! E Feliz Natal Cidadão a todos, com direito a "Natal sem Fome" no Telecine!
</Evandro> <!--4:29 PM-->

Sexta-feira, Dezembro 20, 2002

<Evandro> 

Achei uma minha caixa antiga de fitas k-7! Que nostalgia! É sério, não estou sendo irônico. Não reneguei meu passado. Muito pelo contrário, até fiquei com um nó na garganta quando ouvi Being Boring, especialmente isso: “And we were never holding back or worried that/ Time would come to an end”.

O que mais me surpreendeu, entretanto, foi a letra que transcrevo abaixo. O que posso dizer? Alguém já parou pra pensar que até os compositores de música pop estão decaindo? A letra é bem composta (compare com as letras das bandas pop de hoje...) e tem conteúdo anti-new left! Oh!


PET SHOP BOYS

"How Can You Expect To Be Taken Seriously?"


You live upon a stage, and everyone's agreed
You're the brightest hope by far that anyone can see
So when you take the limelight you can guarantee
You're gaining fame and claiming credibility
Tell me baby are you gonna get high as a kite?
Tell me baby are you gonna let it happen every night
How can you expect to be taken seriously?

You live within the law, and everyone assumes
You must find this a bore, and try something new
You're an intellectual giant, an authority
To preach and teach the whole world about ecology
Tell me baby are you gonna make any other claim?
Tell me baby are you gonna take any of the blame?
How can you expect to be taken seriously?
How can you expect to be taken seriously?
(Seriously)
(Seriously)

You live within the headlines, so everyone can see
You're supporting every new cause and meeting royalty
You're another major artist on a higher plane
Do you think they'll put you in the Rock'n'Roll Hall of Fame?
Tell me baby how you generate longevity
Tell me baby how you really hate publicity
How can you expect to be taken seriously?
How can you expect to be taken seriously?
Seriously (seriously)
Seriously, aah

(Do you have a message for your fans?)

How can you expect to be taken seriously?
How can you expect to be taken seriously?

(Seriously)
Seriously
(Seriously)
Seriously
Aah, seriously
</Evandro> <!--11:10 AM-->

Quarta-feira, Dezembro 18, 2002

<Evandro> 

Aí, Agonías. Que tal indicar uns lançamentos de Jazz? só pra variar...
</Evandro> <!--8:29 AM-->

<Evandro> 

O Guilherme Quandt indicou este artigo. E eu gostei tanto que deixo aqui meu sincero agradecimento. Veja este trecho: “Alguns sequer percebem a indelicadeza desse homem a fingir que os escuta enquanto continua disfarçadamente a sua leitura.”

Realmente, eu nunca entendi como as pessoas não percebem a minha indelicadeza e impaciência quando me interrompem a leitura. Eu fico olhando com aquela cara de peixe morto, finjo retomar a leitura umas 10 vezes, mas o diacho do sujeito não se manca!! Que coisa!

Outra coisa interessante é esse hábito de ler em silêncio. Quando leio em voz alta (não muito alta, né, cara pálida?), entendo bem melhor o que leio. O problema é que vou ficando rouco e sem ar. Então tenho de voltar ao silêncio.
</Evandro> <!--8:28 AM-->

<Evandro> 

É INCRÍVEL a capacidade que a mídia tem de encontrar novidades. E, claro, a incredulidade ingênua - incapacidade de ver o que é óbvio - é um fenômeno mundial. Veja algumas “novidades” de hoje:

1) Folha de S. Paulo: “Cor não indica origem africana em brasileiros”

2) A ONU afirmou que a Al Qaeda ainda é uma ameaça mundial (!!!!!!)

E tem uma outra que eu vi ontem no “Estado de Minas” e que configura um fenômeno um pouco diferente: “Ar-condicionado pode fazer mal à saúde, diz estudo”. Isso se chama cientificismo universal. A verdade é monopólio da ciência. Todo mundo fica gripado e com a garganta inflamada por causa do ar-condicionado, mas ainda assim é necessário o veredicto da ciência. Por exemplo, toda vez que o tempo está frio e eu tomo chopp, fico com a garganta inflamada. E depois, se continuo tomando coisas geladas, fico com febre e até de cama por uns 15 dias (como aconteceu certa vez). Então fui perguntar ao médico e ele disse que não tem nada a ver o cu com as calças, que eu posso tomar coisas geladas e que não é por isso que minha garganta fica ruim, que é bactéria etc etc. Ainda estou esperando a manchete de jornal: “Bebida gelada no inverno pode fazer mal à saúde, diz estudo”. Quando sair, publico aqui no meu blog!
</Evandro> <!--8:28 AM-->

Segunda-feira, Dezembro 16, 2002

<Evandro> 

Em todos os lugares onde já morei, não me lembro de jamais ter passado mais que alguns meses sem que um vizinho iniciasse uma reforma em seu apartamento. Eu odeio reformas! As reformas, além de me importunarem com aquele brulho infernal, confirmam a todo instante que não há mais ninguém preocupado com a paz e a leitura, além de mim mesmo, num raio de vários quilômetros. Tanto isso é verdade, que o bairro aqui de Belo Horizonte onde há menos reformas e construções - o Santo Antônio - é conhecido como um bairro de escritores. Que maravilha... Deve haver uns 5 leitores por quilômetro quadrado, mas, diante do nível médio atual de uso do cérebro (medido pelo IBC, Instituto do Bom Censo), qualquer pessoa que queira tranquilidade para ler um pouco já está automaticamente classificada como escritor, intelectual, gênio; enfim, um portento de erudição e cultura.
</Evandro> <!--9:46 AM-->

Sábado, Dezembro 14, 2002

<Evandro> 

Minha paciência diminui rapidamente. Tenho muita, mas difícil é controlá-la certos dias. Sinto uma aflição, uma vontade de encolher e ler. Os mais perfeitos poemas, não os suporto se não forem isolacionistas, doloridos, de uma intensidade contida apenas pela página.

Uma voz me grita, me chama, pergunta, quer saber coisas, quer companhia, mas não me serve, porque companhia agora, só aceitaria uma que está longe e que me quer também. Não me serve e não me deixa em paz. Como é difícil ficar só! Todos querem sempre dizer coisas, ouvir coisas, planejar o que comer, beber, fazer. FAZER. O verbo que me irrita mais vezes deve ser esse. O que há de especialmente interessante em fazer coisas? Sempre se fazem coisas, e ainda assim as pessoas se preocupam em não deixar de fazer coisas.

Quero... ou melhor, NÃO quero. Nada. Querer ficar aqui fechado nesse quarto, calado, mudo, silencioso, sem comunicação, apenas folhas e tinta e essas coisas abstratas e ao mesmo tempo tão existentes. Isso não é bem um querer. Recuso-me a dizer que QUERO ficar em paz. Ficar em paz deveria ser o estado natural que, como tal, não consiste em querer nada, mas em ficar-se como se está. Tudo o mais é querer. Ficar aqui calado é simplesmente existir.
</Evandro> <!--5:41 PM-->

<Evandro> 

Seria muito espirituoso de minha parte se eu dissesse que meu monitor estragou e foi para o concerto, não?
</Evandro> <!--9:51 AM-->

<Evandro> 

Lamentações de um "mal-acostumado"


Meu monitor de 17 polegadas estragou e foi para o conserto. E meu monitor de 14 polegadas só funciona no meu Pentium de 166 Mhz, uma carroça realizadora de "operações ilegais" e "erros de script" (tem tudo pra gostar de teatro: não obedece o script e ainda simpatiza com a ilegalidade!). De uma só vez "perdi" meu Mac e minha janela para o mundo virtual virou um olho mágico embaçado (sim, pra piorar este monitor aqui está embaçado!). Só fala agora eu olhar no olho mágico e enxergar um ladrão virtual, algo como um Beira-Byte. Oh vida...
</Evandro> <!--9:49 AM-->

<Evandro> 

A Roberta esté cada dia mais filosófica! Não sou eu que estou dizendo. Foi ela mesmo que disse. Seu livro de cabeceira é "A Coisa Não-Deus", do nosso dândi sibarita. Obrigado por aparecer lá no Outonos, viu Roberta? Um beijo!
</Evandro> <!--9:12 AM-->

Quinta-feira, Dezembro 12, 2002

<Evandro> 

Vocês viram o banner para o blog do Alexandre aí ao lado? Ficou legal, né? Eu que fiz. :)
</Evandro> <!--8:25 AM-->

Quarta-feira, Dezembro 11, 2002

<Evandro> 

Reflexão de boteco:

Os blogs são como a vida. Você tem que encontrar coisas com que preenchê-los. E se não encontrar, eles ficam mesmo MUITO entediantes.
</Evandro> <!--10:15 PM-->

<Evandro> 

Hoje encontrei uma ex-colega de faculdade no shopping. Como não poderia deixar de ser, perguntou-me se eu estava trabalhando. E eu disse que não. Que vergonha, né? Estou me sentindo muito mal por não estar trabalhando 13 horas por dia em uma agência de publicidade pra ganhar 1500 reais.

Aliás, tenho uma historinha de agência. Fazia eu estágio em uma agência aqui em BH e estava a folhear a Bravo! certo dia, quando o redator passou por mim e se interessou pela revista. Ficou mesmo muito curioso e me pediu para dar uma olhada. Então começou a folheá-la e eu fiquei conversando com uma outra pessoa. Reparei que ele folheava mais ou menos rapidamente umas dez folhas e depois parava. Então folheava mais umas dez e parava. Cheguei mais perto e vi que ele estava olhando apenas os anúncios da revista. E ele, na maior cara de pau, me disse que a revista era muito legal porque tinha anúncios muito bonitos! Haha! O cara não se deu ao trabalho nem de ler a capa de uma revista que via pela primeira vez. Devolveu a mim e foi se sentar.

Rapaz, eu fiquei mesmo muito bravo com aquele cara (tá bom, eu sei que o trocadilho foi fraco).

Moral da história (1): mais vale um passarinho na mão do que mil publicitários folheando.

Moral da história (2): a Bravo! está cada vez pior, mas ninguém vai ficar sabendo disso; afinal, quem lê a Bravo!

A Bravo! é como o Mais! (até o nome parece!). Quase ninguém lê, mas todo mundo gosta. E quem lê faz que entendeu. Mas vá perguntar ao sujeito o que ele leu... Alguém seria capaz de imaginar uma conversa assim? Algo como:

- Você leu o Schwartz no domingo passado?
- Sim, sim. Achei muito interessante como ele traçou toda a personalidade do brasileiro, através da análise semiótico-linguística da obra daquele poeta nordestino. Como é mesmo o nome dele?
- Não me lembro.
- Nem eu.


Haha! Pensar, nesse país, é colecionar nomes de autores, pequenas teses, eventos culturais e obras em voga. Além disso, as pessoas lêem ensaios de vez em quando, não entendem nada e acham isso normal. Acham que é porque elas não estão acostumadas com a linguagem complicada. Eu também achava isso. E mais tarde descobri que é muito difícil ler o Mais!, porque o que aqueles autores falam simplesmente não tem ligação nenhuma com a realidade. Então o leitor tem duas opções. A mais fácil é familiarizar-se com a realidade paralela em que os autores vivem, uma espécie de Jargolândia Abstrativo-Absurda, e então aderir ao estado de hipnose em que se encontram 90% dos estudiosos desse país, apoiados pela condescendência dos ignorantes que acham que não entendem nada desse negócio de realidade. A mais difícil é descobrir isso. Eu, modéstia à parte, descobri. Mas precisei de um empurrãozão de algumas pessoas que descobriram antes de mim. Mesmo assim, confesso que ainda preciso me esforçar imensamente para descobrir onde se encontra o absurdo de cada ensaio daquele caderno, o que nem sempre consigo fazer.
</Evandro> <!--10:12 PM-->

<Evandro> 

A Sue escreveu um post em seu blog sobre o Alexandre. Sue, quero te dizer que este é o post que eu queria ter escrito! Está sensacional! Se continuarmos enchendo a bola do Alexandre assim, ele vai acabar estourando-a com sua espada provavelmente forjada no século XIV, na Escócia. Será uma cena impagável.

Estou adorando essa história toda de blogs. Enquanto os chatos de sempre rogam pragas e dizem que isso vai acabar, que não serve pra nada, que é uma brincadeira de egos, eu estou com o Alexandre(esse link é o do livro, viu?). Sou adepto fervoroso da Igreja do Sagrado e Doce Mimo: "Perguntei a Santo Inácio o que os Anjos do Paraíso haviam ensinado a ele em matéria de religião, e ele disse que havia sido iniciado nos Mistérios do Mimo; que os espíritos existentes evoluem pela sacralidade absoluta da virtude teológica chamada Capricho, que seria uma espécie de primo frívolo da solene Força de Vontade; que a natureza condescende em Mimar alguns eleitos, na verdade está morrendo de vontade de Mimar alguns eleitos, e o Mimo é o estado de graça. Fazer Beicinho é o grande Exercício Espiritual, ele disse, e não disse mais."

Haha! Já tive idéia de um outro banner! Aguardem!
</Evandro> <!--3:25 PM-->

Terça-feira, Dezembro 10, 2002

<Evandro> 

O Alexandre Soares Silva finalmente nos brindou com seu blog! Sim! This crazy little thing called blog! Tomo mundo está aderindo. Estamos quase virando uma comunidade. Como diria o Polzonoff, uma comunidade de filhos de uma p(biiip!). De minha parte, prefiro dizer comunidade de sibaritas!

Uma pérola do tal blog: declaração ideológica a favor da desigualdade social. Haha! Se essa moda pega...

Acho que vou fazer mais um banner (o que você acha, Alexandre?). Isso está virando uma mania.

Em homenagem à abertura desse blog, vou dizer uma coisa. Mas ela deve ser esquecida assim que eu a disser. Combinado? É só pra deixar o Alexandre feliz. Então lá vai: EU SOU DE DIREITA!
</Evandro> <!--11:49 PM-->

Segunda-feira, Dezembro 09, 2002

<Evandro> 

Mandei um e-mail ao SOS UOL sobre a impossibilidade de acessar alguns sites no exterior, problema que está ocorrendo com várias pessoas, de vários provedores. Até mandei a eles o resultado de um comando que digitei no MS-DOS (aquele sistema operacional jurássico) e que rastreia o percurso da informação na Internet, para mostrar onde ela está sendo bloqueada.

Enfim, vejam a lorota que recebi como resposta:

Prezado Evandro,

Agradecemos por ter escrito


Para resolver o problema de acesso com a página, é necessário que o seu navegador esteja devidamente configurado. Siga os passos abaixo para ativar todos os componentes necessários em seu Internet Explorer:

01. Clique no menu "Iniciar", "Configurações", "Painel de Controle". Procure por um item chamado "Internet" ou "Opções da Internet" e clique duas vezes sobre o mesmo;

02. Na guia "Geral", pressione o botão "Excluir Arquivos" e em seguida "Limpar Histórico";

03. Selecione a guia "Segurança";

04. Clique no ícone "Nível personalizado" (para Internet Explorer 5.0) ou "Personalizado" (para Internet Explorer 4.0) na parte inferior da tela;


Ficamos à disposição


Atenciosamente

Wellington Gonçalves
Atendimento Eletrônico - UOL



Então perdi a paciência e escrevi o seguinte:

Prezado Wellington,

Agradeço a sua educação, mas vou ser bem sincero. Por que vocês sempre tentam enrolar os usuários? Vocês realmente acreditam que eu me daria ao trabalho de enviar o resultado de meu "tracert" no MS-DOS se eu fosse o tipo de usuário que não limpou o histórico antes? E quanto às configurações do IE, francamente... Só falta agora vocês inventarem outra lorota para fazer funcionar meu upload de FTP para o mesmo servidor (www.netfirms.com). Eu sei que está havendo um problema muito maior na comunicação com o exterior, e só queria que vocês me explicassem resumidamente o que é, ou que apenas me dissessem se vai ser solucionado em breve ou não. Eu juro que não vou ficar com raiva se vocês me disserem a verdade. O que irrita é vocês acharem que usuário é tudo ignorante...

Enfim. Eu sou capaz de perceber que o problema que ocorreu não tem nada a ver com a resposta que vocês me mandaram, pois eu entrei na Internet hoje e acessei meu site, sem fazer nenhuma das coisas que vocês me mandaram fazer.

Obrigado pela atenção,

Evandro Ferreira
Belo horizonte - MG



Esse serviços de atendimento me deixam impressionado com a falta de seriedade desse país. Ainda bem que eu assinei um serviço de hospedagem no exterior, senão a essa hora eu estaria sendo enrolado pelo Virtua, pelo meu provedor e ainda pelo serviço de hospedagem. Que triste isso. Eu nem deveria estar contando vantagem, já que estou sendo enganado por dois terços das empresas que me prestam serviços na Internet.
</Evandro> <!--4:08 PM-->

<Evandro> 

Ocorrência em São Paulo

Essa é de autoria da minha namorada.

Estávamos andando na Avenida Bernardino de Campos, em São Paulo, quando nos deparamos - na calçada - com caixas de morangos silvestres espatifados, gosmentos, de aparência repugnante, praticamente cozidos pelo calor. Haviam-se tornado morangos pedestres.
</Evandro> <!--3:56 PM-->

<Evandro> 

Agonías,

Que autêntica peça de retórica petista esse e-mail que recebeste! Você tomou um tiro nas costas. Estou de luto por você.
</Evandro> <!--3:56 PM-->

<Agonias> 

Escrevo para desabafar:
Esta semana descobri que uma pessoa que trabalha comigo se dedicou a impedir que meu contrato fosse renovado, pelas minhas costas, sem me dar sequer o direito de defesa e sem nenhum motivo aparente. O interessante é que essa mesma pessoa escreveu um e-mail indignado que foi enviado todos do meu trabalho, acusando a direção do lugar de improbidade administrativa, e-mail este que termina assim:

"No momento em que vislumbramos um novo despertar da
ética política em nosso país, onde estamos vivendo um
processo democrático exemplar, é necessário que
busquemos a consolidação da moralidade na
administração pública."

É muito cara de pau ainda vir falar de ética. Como tem gente imbecil nesse país!
</Agonias> <!--2:02 PM-->

Quinta-feira, Dezembro 05, 2002

<Evandro> 

Estou me sentindo verdadeiramente lesado. Quase ninguém está conseguindo acessar o www.outonos.com, a não ser através de um proxy (como www.anonymizer.com). Reclamei ao provedor e, como sempre, eles repassam a culpa para o servidor que está aramazenando o site. Várias pessoas reclamaram, no blog da Cora Rónai, que não estavam conseguindo acessar o Cocadaboa. E eu consigo acessar aquele site normalmente. O máximo que eu consegui saber foi que pode ser um problema com um roteador, que é um aparelhinho que retransmite as informações pela rede. Isso, depois de pagar até pelo minuto da ligação ao serviço de atendimento da Globo.com. Mas, de quem é o roteador? Essas coisas são mesmo engraçadas. Na hora de pagar, todos se identificam. Mas na hora que dá um problema, todo mundo some e ninguém sabe de quem é a culpa.

Peço encarecidamente a todos que estejam impossibilitados de acessar algum site que reclamem aos seus provedores, e que não se esqueçam de dizer que estão conseguindo acessar através de um proxy, para que eles não dêem a desculpa de que deve ser problema do próprio site.
</Evandro> <!--10:56 AM-->

Quarta-feira, Dezembro 04, 2002

<Evandro> 

Escrevo apenas para dizer uma ou duas coisas de Julio Daio Borges, do Digestivo Cultural. Um comentário meu foi apagado de seu site (seu mesmo, no mais pleno sentido da palavra). Era o de número 3 do texto Polêmicas, de Alexandre Soares Silva. O comentário chegou a aparecer lá e era uma brincadeira com o autor, através de uma ironia com o comentário 2, que ilustrava tudo o que o Alexandre criticava em seu texto. Hoje voltei e vi que havia sumido. Isso depois de ter sido editada uma parte do comentário da Assunção Medeiros, o de número 1, segundo me informou a própria. A parte era insignificante. Era uma risada ("hahahahaha"). Nem sei por que foi cortada.

Não transcrevo aqui o meu comentário porque não o tenho. E, de hoje em diante, quero deixar bem claro que vou fazer de conta que o Digetivo Cultural não existe.

E retiro também o link para o seu site, que ainda estava aí ao lado, provando que eu não sou daqueles que levam tudo para o lado pessoal. Mas, agora não é mais uma questão pessoal ou impessoal, mas de ética e liberdade de expressão.

Madei um e-mail para o referido editor e recebi a justificativa de que o meu comentário era provocativo e que iria dar início a uma discussão interminável no forum. No espaço de comentários do site, está escrito o seguinte: "o Digestivo Cultural se reserva o direito de ignorar comentários que se utilizem de linguagem chula, difamatória ou ilegal". Diante disso tudo, sugeri a ele que acrescente mais umas cláusulas, como, por exemplo: "comentários provocativos não serão aceitos, ainda que não façam uso de linguagem chula" (pois, até onde eu sei, não é ilegal provocar). É claro que isso eliminaria quase todas as manifestações dos leitores, exceto os elogios e as insuportáveis ostentações de respeito acadêmico.

Enfim. Acho que o Digestivo Cultural é um site que tem apresentado tantos problemas no trato com a liberdade de expressão, que suas ostentações de oposição ao senso-comum e às imbecilidades culturais tornam-se inexpressivas (se não hipócritas), já que seguidas de tentativas de pôr panos quentes nas polêmicas e agradar a todos.

Não se pode ter a rosa da crítica aberta, sem os espinhos da polêmica. Não sem que se viole a ética e a liberdade de expressão.
</Evandro> <!--2:29 PM-->

/archives

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